Bem Vindo

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Político responsável agora é fato para eleitorado

A coluna de hoje segue em formato especial com a visão de um assunto extremamente importante para quem é ou deseja ser político: a responsabilidade. O artigo é assinado por Sullyvan Andrade. Publicitário, especialista em marketing político e propaganda eleitoral pela Universidade de São Paulo (ECA/USP). Sullyvan é ainda diretor da Marketing Pólis, empresa especializada em marketing político 
As primeiras percepções e tentativas de definição da expressão "Responsabilidade Social" foram discutidas e citadas nos EUA, por volta de 1950. No Brasil, o tema chegou em 1990, ganhando força nesta década, sendo a eleição de 2010 um fator crucial para o mesmo.
O tema Responsabilidade Social Empresarial (RSE) vem sendo pauta de várias discussões nas mídias e no mundo no decorrer dos anos devido às desigualdades sociais e à degradação ambiental causada pelas grandes e médias empresas. Alguns defendem a ideia de que a responsabilidade das empresas nas atividades sociais limita-se ao pagamento de impostos e ao cumprimento das leis, ficando para o Estado a responsabilidade das questões sociais. O conceito de RSE pode-se bem definir de acordo com PARENTE e GELMAN (2006):
"Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais."
Na política, talvez o conceito esteja sendo iniciado e compreendido por milhões de eleitores. Alguns políticos defendem a ideia de que o povo é que deve adaptar-se aos projetos de políticas públicas que eles criam, e não o contrário. Tal fato defini-se como imposição de projetos para o eleitor.
No entanto, na sociedade pós-eleição 2010, com base nos eleitores da ex-candidata Marina Silva, ao se verificarem os motivos que levaram à escolha do voto na candidata, é notória a cobrança de que o papel das empresas e dos políticos não deve se limitar à imposição dos projetos, mas também o de iniciar o processo de políticas socialmente responsáveis e sustentáveis.
Visando minimizar as perdas sociais de vários países que o modelo global do sistema econômico ocasionou, as empresas perceberam que se realizarem seus negócios com uma postura ética, socialmente responsável, elas terão a chance de se tornar empresas diferenciais. Da mesma forma, o político que compreender o assunto o mais rápido possível e traçar projetos sustentáveis, fará parte de uma boa aceitação. A ex-candidata precisava de um discurso diferencial e tentou selar sua imagem a uma política responsável e sustentável. Há indícios de que Marina talvez saiba que está surgindo um novo tipo de eleitor. Assim como há um consumidor-consciente, surge também um eleitor-consciente, diferente dos formadores de opinião, pois são quietos, tímidos, sendo capazes de perceber a demagogia nas promessas, no comportamento e atitudes do político, logo sua resposta é dada às urnas.
A eleição de 2010 estimulou ainda mais a cobrança pela responsabilidade social, porém, na maneira de se fazer política, a diferença agora ficou na cobrança por parte de 20 milhões de eleitores, um compromisso com o meio ambiente, gerando o termo "Política Responsável".
Por fim, Dilma foi eleita com 55,7 milhões de votos, confirmando a imagem de defensora dos mais pobres e a primeira mulher eleita na história do Brasil. O candidato Serra, com 43,7 milhões de votos, herdou a imagem de um bom gestor, mas seu futuro como candidato a presidência em 2014 é incerto. Marina Silva com 19,6 milhões de votos, herdou uma imagem limpa, de mulher forte, culta, a de uma "Política Responsável" que poderá ser a principal rival da presidente Dilma em 2014.".

Fonte: O Mossoroense

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